Fluxo de caixa: o que é e sua importância para empresas de grande porte

Por Time GAS
03 fev de 2022

Você sabe o que é fluxo de caixa? Sabia que analisá-lo pode ser um recurso altamente eficiente para obter insights e verificar a saúde financeira de uma empresa, especialmente em um período específico?

A demonstração do fluxo de caixa é algo obrigatório a todas as empresas de capital aberto ou com patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões, como definido pela Lei 11.638/07.

Apesar de muitos empresários não darem muito valor a essa informação, fato é que analisar o negócio apenas pelo “dinheiro que entra”, sem considerar os gastos futuros, pode bastante temerário.

Por isso, o fluxo de caixa é a solução mais eficiente para manter as contas detalhadas e gerenciadas.

 

Para descobrir mais detalhes, confira o texto a seguir.

 

O que é fluxo de caixa?

Fluxo de caixa é um mecanismo de análise que permite avaliar e prever situações financeiras.

Isso é possível graças a uma análise detalhada das receitas e dos gastos da empresa durante um determinado período. Em outras palavras, esses dados ajudam o empresário a obter dados reais a partir das entradas e saídas financeiras praticadas pela empresa.

Assim, é possível entender que, por exemplo, ter um alto saldo em caixa não é sinônimo de lucro, já que, também como exemplo, em 3 dias esse mesmo valor deverá ser utilizado para quitar uma determinada conta com fornecedores.

Na prática, trata-se de uma análise meticulosa do que entrou e saiu no caixa (banco) da empresa, e do que está prestes a entrar e o que está prestes a sair como recursos do negócio.

 

Qual a importância para sua empresa?

A grande importância em se ter um rigoroso fluxo de caixa é a possibilidade que se cria ao empresário de se ter um real controle de seu caixa.

Isso, por seu turno, possibilita a gestão otimizada do setor financeiro, já que, assim, é possível conhecer, com nitidez, as operações de entrada (recebimentos) ou de saídas (pagamentos) que serão exigidas em um determinado período (ex: na próxima semana).

Assim, evitando que (i) a empresa acumule um alto valor em caixa, sem necessidade, tampouco (ii) tenha que recorrer às pressas a empréstimos ou capital de giro para fazer frente aos seus compromissos.

Na prática, tudo isso culmina em melhores tomadas de decisão. Afinal, o empreendedor conseguirá traçar estratégias em um cenário real, vislumbrando também suas próximas obrigações financeiras.

 

Diferenças entre controle de caixa e fluxo de caixa

Você pode estar se perguntando se o controle de caixa é um sinônimo para fluxo de caixa.

Fato é que são conceitos diferentes. Em resumo, controle de caixa é o registro das entradas e saídas, que resulta no saldo atual no momento em que a avaliação é realizada.

Já o fluxo de caixa (que também faz isso) considera também eventos futuros, ou seja, as receitas futuras e as despesas para quitar em período próximo.

Assim, o fluxo de caixa não considera apenas o momento atual, mas também o futuro.

 

Tipos de fluxo de caixa

Para auxiliar a operacionalidade do setor financeiro, há mais de uma categoria. Entenda:

 

Fluxo de caixa operacional

O fluxo de caixa operacional (você pode encontrar este conceito a partir de sua abreviação “FCO”) é um balanço das receitas e despesas que cumprem as necessidades operacionais da empresa.

Desse modo, indica receita de vendas, custos de produção, aluguel, folha de pagamento, impostos, etc.

No entanto, este tipo de fluxo desconsidera investimentos ou eventuais necessidades de capital adicional. Na prática, o objetivo do fluxo operacional é mostrar o faturamento.

 

Fluxo de caixa direto e indireto

O fluxo de caixa indireto precisa das informações contábeis para ser realizado.

No indireto, não é possível avaliar o capital que entra e que sai da empresa, mas sim a variação do caixa do período em questão, permitindo ao profissional analisar a variação do desempenho econômico segundo o regime de caixa em um período pré-estabelecido.

Já o fluxo de caixa direto visa indicar com clareza os resultados financeiros brutos da corporação.

Isso é possível por meio de relatórios que se referem às entradas e às saídas do caixa bruto.

A principal diferença entre ambos é que, enquanto o método indireto indica o resultado líquido, ou seja, com os custos auferidos, o fluxo direto aponta o resultado bruto.

 

Fluxo de caixa projetado

O fluxo de caixa projetado, como o nome sugere, é uma forma que permite avaliar projeções futuras.

Com ele, é mais fácil prever ações futuras a partir dos dados registrados diariamente.

Sendo assim, o empreendedor, o contador ou o setor financeiro conseguem identificar eventuais distorções entre os períodos de recebimento e pagamento de contas.

Outro benefício do fluxo de caixa projetado é avaliar a receita da empresa mais detalhadamente.

 

Fluxo de caixa livre e descontado

O fluxo de caixa livre (também conhecido como final) permite medir a capacidade de geração de capital em diferentes prazos.

Isso resultará no saldo existente ao comparar com o fluxo operacional. Ou seja, com os pagamentos operacionais já descontados do saldo e novas fontes de receita já consideradas, sobretudo empréstimos e aporte).

O principal objetivo desta categoria é avaliar os recursos aplicados pelos investidores na empresa. Isto é especialmente útil para empresas com capital aberto, mas também quando queremos mensurar o uso do capital no negócio e o seu desempenho.

 

Fluxo de caixa para investimentos

O fluxo de caixa de investimento tem como principal objetivo indicar e discriminar os gastos com os ativos não-circulantes nos investimentos da empresa, bens imobilizados ou intangíveis.

Além disso, esse fluxo permite verificar as entradas por vendas dos ativos, que, por sua vez, estão nos subgrupos da conta.

Também vale ressaltar que este modelo é um dos componentes do demonstrativo do fluxo de caixa.

 

Elementos indispensáveis

Como você pôde perceber, existem diferentes tipos de fluxo de caixa, cada um com objetivos distintos.

No entanto, há elementos que são comuns a todos eles. E esses elementos permitem uma análise mais precisa considerando alguns aspectos financeiros essenciais a um fluxo eficiente.

Saiba quais são:

 

Contas a pagar e a receber

Todo fluxo de caixa, para proporcionar resultados tangíveis e reais, deve ser composto pelas contas a pagar e a receber. Em resumo, são previsões operacionais, ou seja, consideram eventos futuros.

Portanto, contas a pagar representam os compromissos e obrigações financeiras futuras que a empresa estabelece com os seus colaboradores, fornecedores e demais compromissos operacionais, como impostos e custos com produção.

Já as contas a receber representam as entradas previstas no caixa. Aqui, entra tudo que a empresa irá receber, como boletos de contas feitas a prazo, notas promissórias, cheques pré-datados etc.

No entanto, nas contas a receber não entram vendas previstas, apenas receita concreta a entrar no período analisado.

 

Lucros e vendas

Outros elementos fundamentais em todos os fluxos de caixa são os lucros e as vendas.

Nesse sentido, as vendas representam o desempenho de uma empresa no período avaliado, ou seja, quantos produtos ou serviços foram efetivamente adquiridos.

No entanto, a receita obtida com as vendas não representa o lucro, já que o lucro é a receita obtida após descontar o custo para obtenção do produto.

Por exemplo, se uma loja de informática vendeu uma impressora por R$ 700 e pagou R$ 480 por ela, o lucro primário seria de R$ 220.

Desse modo, todo fluxo de caixa deve ter essas informações detalhadas.

 

Como começar a fazer um fluxo de caixa?

Confira algumas dicas importantes para fazer um fluxo de caixa na sua empresa:

  • Verifique o saldo inicial disponível em caixa no momento vigente;
  • Identifique as despesas e receitas (não esqueça de considerar itens como pagamento de funcionários, contas de energia, internet, aluguel, fornecedores, etc.);
  • Divida as receitas em categorias (isso facilitará a identificação de gargalos no negócio);
  • Registre todas as entradas no período pré-determinado (novos clientes, novas vendas, enfim, toda a entrada de recursos no caixa);
  • Dê baixa nas saídas do mesmo período já quitadas;
  • Atualize esses lançamentos sempre e, se possível, diariamente, para manter as informações precisas;
  • Se aplicável, automatize essa tarefa por softwares contábeis.

Conclusão

Como observado, o fluxo de caixa é um recurso altamente eficiente para o dia a dia das empresas.

A partir dele, o gestor pode tomar decisões embasado na real situação financeira da corporação.

Também é possível acompanhar de perto o rumo financeiro que o negócio está tomando.

Para empresas de capital aberto ou que precisam prestar conta a investidores, o fluxo de caixa ajuda a indicar as operações e os resultados sistematicamente.

Isso significa que, para as grandes empresas, trata-se de um recurso fundamental no controle e na gestão orçamentária, evitando endividamento, por exemplo.

 

próximo POST
“CFO AS A SERVICE” – MAXIMIZE A EFICIÊNCIA E A LUCRATIVIDADE DA SUA EMPRESA

Posts Relacionados

pt_BRPortuguês do Brasil